domingo, 16 de outubro de 2016

Resenha #22 | Nano-Mortais: A Tecnologia do Inferno, por Acácio Brites


Título: Nano-Mortais: A Tecnologia do Inferno
Autor: Acácio Brites
Páginas: 279
Editora: Coerência
ISBN: 9788592572037

Sinopse: Estamos em 2025

No auge da Era Tecnológica, um renomado médico cientista chamado Nikolai Engerhoff é descobridor e aperfeiçoador da Nanotecnologia, uma tecnologia inovadora capaz de curar qualquer doença já diagnosticada. Pelo menos, esse era o plano inicial!
Após os primeiros testes em seres humanos terem sido bem-sucedidos, os pacientes da Nanotecnologia começaram a desenvolver certos efeitos colaterais: raiva, ódio, violência e instintos selvagens. Tais sintomas não sumiam nem mesmo depois que os pacientes morriam. Eles começaram a desenvolver um surto psicótico, prontos para matar, espalhando a nomeada "Praga Nano" por todo o Planeta.
Essa praga viral começou a se espalhar pelo mundo, afetando a vida de bilhões de pessoas, inclusive a do famoso e recém-aposentado jogador de futebol Scott McConnell.
Será que Scott conseguirá sobreviver a essa guerra do futuro? Ele salvará a vida de seu filho e das pessoas que ama?



Nano-Mortais é o tipo de livro que começamos e não sentimos vontade de parar. É uma mistura de ação, perigo, medo, raiva... E claro, um romance meio torto. Você devem estar se perguntando: "quem em sã consciência se apaixonaria em meio a um pandemônio?". É complicado, mas não desistam da história por causa desse detalhe. A "romancificação" ocorre como consequência da situação.



A história é narrada a partir do ponto de vista de Scott McConnell, um recém-aposentado jogador do New York Giants. Scott foi obrigado a parar de jogar devido a uma contusão grave no joelho. O problema não só o afetaria no campo como também o afeta no dia-a-dia: um passo em falso e a dor incessante se faz presente.

Assim que começamos a leitura nos deparamos com um trecho perturbador, algo que só é explicado nas últimas páginas. O autor foi bem sacana quando teve essa ideia... Soube exatamente como prender o leitor na primeira página.


Em seguida tomamos conhecimento da rotina e família de Scott, e é em meio a essas informações que também ficamos cientes da nanotecnologia. McConnell está preparando o café da manhã para seu filho Steve, um adolescente de 15 anos, quando vê uma entrevista na televisão. Nela, a repórter Natásha Johnson faz peguntas a respeito da nova descoberta medicinal ao doutor Nikolai Engerhoff, o desenvolvedor da "cura milagrosa".

O doutor explica detalhes à repórter e está convencido de que sua invenção é o segredo universal desvendado. Informa que os primeiros testes em humanos estão prestes a serem feitos e mostra-se muito confiante. Mas convenhamos... Só de conhecer o mínimo dessa tecnologia já dá pra esperar um grande efeito colateral.

Minutos mais tarde, Scott leva seu filho e o amigo para a escola, como de costume. Entretanto, assim que os deixa na porta e toma o caminho de volta para casa, ele sofre um acidente e fica inconsciente. Vai para o hospital mas acaba descobrindo que nada de grave ocorreu, está são e salvo.

Quando está para sair do edifício, Juliarth Thompson, sócio do doutor Engerhoff, o chama para uma conversa e propõe ao ex-jogador que ele seja o primeiro a testar a nano-tecnologia (a fim de ajuda-lo a voltar aos campos e, é claro, fazer uma ótima jogada de marketing). Scott nega no mesmo instante. Não foi com a cara desse "milagre" e não quer pôr sua vida em risco.

McConnel vai para a casa de seu pai e, dias depois, retorna à sua. Ao chegar, se depara com duas pessoas que já passaram pela cirurgia: sua ex-esposa, Columbia, e o amigo de seu filho, Matt. O mais assustador é que o garoto, que antes usava uma perna mecânica, agora não usa mais. A nanotecnologia foi capaz de recriar o membro perdido.


Entretanto, instantes depois, Matt demonstra um comportamento agressivo. Está nos extremos: passa de um sorriso feliz e descontraído a uma fúria mortal em segundos. Ele e Steve brigam e ambos vão para o hospital. Scott notou que o local está mais cheio que o de costume, e o pior, as pessoas demonstram os mesmos sintomas: raiva excessiva e agressividade que resultam em acidentes de diversos tipos.

Outros acontecimentos importantes vêm à tona e, como consequência, Scott conhece a repórter Natásha. Juntos, chegam a conclusões horripilantes e decidem voltar ao hospital para tirar Steve do lugar. Porém, chegando lá, o pai se depara com uma cama vazia. Antes mesmo de decidir o que fazer, sente uma porrada na parte de trás da sua cabeça e cai desmaiado.

O ex-jogador acorda dias depois, atordoado, com dores horríveis... E em meio ao pandemônio. A primeira coisa que nota é que o hospital está estranhamente silencioso; a segunda, são os corredores repletos de sangue. A partir de agora sua tarefa se resume a permanecer vivo, encontrar o filho e o pai (que também tem um papel importante).



O livro é muito bem escrito e possui conexões perfeitas. Cada personagem apresentado tem sua peculiaridade e importância para o enredo. Uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi o cuidado do autor em interligar o destino de todos eles, fazendo com que cada um contribua à sua maneira para o desfecho (que é surpreendente).


A diagramação também agrada. A fonte não é muito grande, mas sem dúvida ajuda na leitura. Em alguns momentos, os desenhos de zumbis que dividem alguns trechos deram mais vivacidade à história (como, por exemplo, num ataque aos protagonistas).

Coisinhas pequenas me incomodaram, tais como a mudança brusca de fonte que ocorria de uma palavra para a outra (poucas vezes, mas vale ressaltar) e a troca de vírgula por ponto e vice-versa (também com pouca frequência). No mais, foi uma excelente leitura.



Como trilha sonora, a música escolhida pelo próprio Scott nas últimas páginas do livro. Confesso que, como apreciadora da banda, fiquei surpresa e orgulhosa... Do personagem, claro :D hahahahaha

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